sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Câmara Clara RTP2

A última emissão do programa da RTP, Câmara Clara, do dia 24 de Fevereiro, foi dedicado ao tema "Guerra Colonial"... veja o vídeo.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Reportagem da Partida

Estamos em Junho de 1961. No cais da rocha do Conde de Óbidos, em Lisboa, a multidão reuniu-se para ver partir um dos primeiros contingentes de soldados a partir para a Guerra Colonial. Há fanfarra, hino e ambiente de festa. O repórter lança-se no seu discurso, previamente revisto, onde fala da grandiosidade do império e do céu azul na partida, despedindo-se com um “boa viagem rapazes e até breve”. Mas o microfone da rádio, que não obedece a ordens, não conseguiu fazer calar os gritos de dor de mulheres e mães que se ouvem de fundo, ao longo de toda a reportagem. (O PUBLICO.PT disponibiliza o som num link a este texto)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Fotografias, Reportagens...


Reportagens (vídeo - RTP)

- RTP – Angola, Soldados de Guerra 2006-11-22

- Dor adormecida 2006-09-20
Trinta anos depois do fim da guerra colonial, existem famílias que estão interessadas em transladar os restos mortais dos seus parentes e pretendem pedir ajuda ao Governo português. A última trasladação dos restos mortais de um militar falecido nas ex-colónias ocorreu em 2003.

Artigos, Teses e Ensaios

TESES
Francisco Miguel Gouveia Pinto Proença Garcia
ANÁLISE GLOBAL DE UMA GUERRA (MOÇAMBIQUE 1964-1974)
Texto Integral

Norberto do Vale Loureiro Teixeira
Autognose e (des)memória : Guerra Colonial e Identidade Nacional em Lobo Antunes, Assis Pacheco e Manuel Alegre (2004)
Texto Integral


ARTIGOS/ENSAIOS
Por: Ângela CARVALHO FARIA

- Notícias da Amadora:
Adeus, até ao meu regresso
«A questão colonial não era um assunto consensual na sociedade portuguesa, nem sequer o foi sempre entre as forças de oposição ao regime. A consciência sobre o problema evoluiu com os efeitos induzidos pela guerra na situação económica portuguesa e nas repercussões que teve para a juventude.» (2002)

NOVAS LIGAÇÕES

Fica aqui uma lista actualizada de sítios na internet e blogs sobre a Guerra Colonial:






quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

IDEIAS SOLTAS #2

Parece que, ultimamente, o tema tem merecido nova atenção. Passou, semanalmente, na RTP, desde Outubro de 2007, um documentário da autoria do jornalista Joaquim Furtado, designado «Guerra», que vem refrescando a memória do País. Diana Andringa e Flora Gomes, também jornalistas, realizaram e exibiram, no DOC LISBOA, um documentário especificamente sobre a guerra na Guiné. António Lobo Antunes, o famoso escritor e ex-combatente, publicou, em Outubro de 2005, cartas de guerra.

Além destas parangonas, a Guerra Colonial continua a ser uma espécie de borrão incómodo na história contemporânea portuguesa.

Um tema menor que sobrevive nos escassos estudos que existem no País sobre o tema e na memória privada dos ex-combatentes e seus familiares.

Que esperar de um país que não conhece a sua história?

Que ideia fazemos, hoje, dos africanos vindos das ex-colónias?

Filipe ARAÚJO, Susana GASPAR e Paulo Campos dos REIS, actores e directores do projecto IGNARA

IDEIAS SOLTAS #1

Surpreendi-me, desde início, com a quantidade de material (sobre a Guerra Colonial) já existente e com a imensidão de temas por desbravar; infelizmente, eu serei uma prova viva de como a segunda geração, a dos filhos dos ex-combatentes, sabem muito pouco sobre o que aconteceu verdadeiramente – muito por culpa da pouca transmissão de informação desses acontecimentos no espaço escolar. (...) Talvez seja mesmo necessária e espontânea esta urgência inconsciente de exorcização enquanto exorcizar fará algum sentido. Creio que qualquer um de nós se apercebe das mudanças sociais ocorridas; não creio, no entanto, que seja necessário batalhar no quanto o mundo está mudado. É de uma ironia imensa o facto de três décadas serem mais do que suficientes para o esquecimento da história recente. A memória passa a existir apenas para quem a viveu, com a ameaça de cada um ficar isolado na história. E as memórias de quem viveu a nossa guerra colonial estão ainda tão, tão vivas que não creio que seja justo deixá-las cair no isolamento.

Susana GASPAR, actriz no projecto IGNARA

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Mais uma ligação importante adicionada...

Arquivo Histórico Ultramarino (http://www.iict.pt/ahu/index.html)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

NOVAS LIGAÇÕES

Neste blog procuraremos divulgar sites e blogs que contenham informações importantes e/ou interessantes sobre a Guerra Colonial (e não só)... Foram adicionadas as seguintes LIGAÇÕES:

http://www.aph.pt/ - Associação de Professores de História;
http://www.artafrica.info/ - site referente a uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, para promoção e divulgação do trabalho de artistas africanos em Portugal e na Europa;
http://guerracolonial.home.sapo.pt/ - site nacional sobre a Guerra Colonial;
http://www.ultramar.terraweb.biz/ - site da autoria do ex-Furriel António Pires sobre a Guerra Colonial.

Por enquanto, divulgamos estes, mas a lista deverá crescer diariamente.

Se tiver conhecimento de outros sites/blogs, por favor, envie-nos o contacto...

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Participe...

O blog do projecto IGNARA pretende promover a partilha de informações relativas ao tema Guerra Colonial.

Assim, solicitamos a participação de todos aqueles que quiserem ajudar o projecto. Para tal, podem deixar os vossos comentários aos materiais publicados pelo teatromosca, enviar todo o tipo de informações sobre o tema em causa (notícias de jornais, histórias pessoais, desabafos, qualquer tipo de imagem, cartas, etc.), deixar-nos o vosso contacto se estiverem interessados em assistir a alguma sessão do projecto (ensaios ou espectáculos)...

Se tiverem alguma dúvida relativamente ao projecto, não hesitem em contactar-nos... CONTACTOS teatromosca

projecto IGNARA

Bem vindos ao blog dedicado ao projecto teatral "IGNARA", produzido pelo teatromosca...
IGNARA é um ciclo de quatro espectáculos - três «leituras preparatórias» e um «espectáculo final» - que o teatromosca produzirá, no triénio 2007/8/9, subordinados ao tema «Guerra Colonial».

O projecto constitui-se, formalmente, como um fórum de encontro de diversos parceiros, comprometidos com a pesquisa, análise, discussão, criação e apresentação de conteúdos artísticos afins ao tema aduzido.

Colhendo de Piscator ou Brecht alguns dos princípios que enformaram o chamado teatro-documento (ideologias político-partidárias à parte), pretende, o teatromosca, com IGNARA, relançar, na opinião pública, o debate em torno deste tema seminal que tão pouca atenção vem merecendo da comunidade artística nacional.

Ponto de partida
Há uma geração inteira de ignorantes da Guerra Colonial.

Filhos de ex-combatentes que, sobre o assunto, sabem, apenas, os fragmentos descosidos que os pais resgatam (quando resgatam), do côncavo doído da memória. Toponímias impronunciáveis, apelidos de camaradas de armas, clímaxes sangrentos, aerogramas, álbuns de retratos.

Enquanto «é cedo» (Herodes) ou «é já tarde» (Pilatos) para que o País se reconcilie com um dos mais importantes e decisivos processos da história contemporânea portuguesa, o tema é, ainda, tabu de programas escolares que chutam a guerra colonial para as últimas páginas dos compêndios (…).

A América, mais «publicitária», exorciza o Vietname e seu chorrilho de heróis e anti-heróis, assassinos e vítimas, culpados e inocentes. Mal ou bem, o cinema, a literatura, os media revelam aos americanos a sua fealdade real. Transmuta o horror da guerra no ouro alquímico do auto-conhecimento, resgata os seus fantasmas.

Nós? Também tivemos a nossa conta de massacres (por exemplo, o de Wyriamu), de bombas de napalm (por exemplo, sobre o Norte de Angola), de deficientes (15 mil mutilados com deficiência permanente). No espaço de 13 anos, de 61 a 74, oitocentos mil homens, rumaram a Angola, Guiné e Moçambique para defender as «colónias», «províncias ultramarinas» ou «estados» (como lhes chamou, sucessivamente, Salazar e Caetano) das mãos dos independentistas. Resultado: oito mil e quinhentos mortos. Relativamente ao outro lado do conflito, essas contas, simplesmente não estão feitas.

Nós, 33 anos depois da Revolução de Abril - que determinaria o fim da veleidade imperial do Estado Novo, abrindo portas à descolonização -, permanecemos analfabetos para o tema, com o trabalho de casa por fazer (…).

IGNARA por fases
IGNARA#1
Fazer o trabalho de casa (disponível a partir de Abril de 2008)
Direcção Filipe Araújo, Susana Gaspar e Paulo Campos dos Reis

IGNARA#2 O LADO AFRICAno (disponível a partir de Setembro de 2008)
Direcção Filipe Araújo, Susana Gaspar e Paulo Campos dos Reis

IGNARA#3 Conclusão (disponível a partir de Dezembro de 2008)
Direcção Filipe Araújo, Susana Gaspar e Paulo Campos dos Reis

O espectáculo final, "IGNARA" (título provisório), tem estreia agendada para Setembro de 2009...