quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Militares Africanos

«(...) Mas a nossa intenção não é contar a história de um dos muitos militares que estiveram num dos teatros de operações na época. Pretendemos, sim, prestar homenagem àqueles que, mesmo querendo, não conseguem fazer ouvir a sua voz ou publicar os seus escritos, talvez mais extensos do que outro qualquer militar metropolitano: os Militares Africanos.

Mas, na realidade, a referência às unidades do Exército, não esquecendo os outros ramos das Forças Armadas, deve-se à impossibilidade de referir todos e cada um dos cerca de 7.500 militares africanos que combateram ao lado dos metropolitanos. Também há que referir as unidades de milícias, uma força paramilitar mal armada e muitas vezes mal instruída, assim como os caçadores civis, os guias, os carregadores, os assalariados e outros, que também prestaram uma valiosa contribuição no esforço de guerra junto das unidades militares.

Quando passei por aquela terra, na unidade em que servi, conheci soldados cujo número mecanográfico terminava em 61, ou seja, tinham sido alistados em 1961 e, há poucos anos, ao ler relatórios sobre a minha companhia, datados de 1973 e 1974, lá constavam soldados alistados naquele ano. Isto quer dizer que houve homens – soldados africanos - que cumpriram 13 anos de tropa o que equivale a 13 anos de guerra, e que, na realidade, é muito tempo.(...)»

Excerto de um texto de José Martins, publicado no blogue de Luís Graça e Camaradas da Guiné, intitulado "Tributo aos Combatentes Africanos". Recomendamos vivamente a leitura integral.


segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Divulgação

Lançamento do livro "Cacimbados - A Vida por um Fio" de Manuel Bastos
no dia 15 de Novembro das 16:00 às 18:00.

Na Casa Municipal da Cultura
R. Pedro Monteiro em COIMBRA


Parabéns ao Manuel Bastos e ao seu blogue Cacimbo.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

ARA e Dossier «Muxima»

« (...) "Muxima" foi o nome dado pela ARA a uma acção de sabotagem, em Janeiro de 1972, de material de guerra que se encontrava no cais de Alcântara, em Lisboa, para ser transportado para a guerra colonial em Angola no navio Muxima.

Antes, porém, de revelar a PIDE em acção, talvez seja avisado, sobretudo para os mais novos, explicar o que foi a ARA e contextualizar a investigação.

ARA é o acrónimo de «Acção Revolucionária Armada» (ver aqui e aqui), uma organização criada pelo PCP, que desencadeou acções armadas contra a ditadura e em especial contra a guerra colonial, de 1970 a Maio de 1973. Os principais alvos eram armamento e meios logísticos da guerra colonial e infra-estruturas, sensíveis e mediáticas cuja destruição contribuísse para o derrubamento do regime fascista. (...) »

Excertos de um texto da autoria de Raimundo Narciso. Pode ler o restante aqui.