sábado, 26 de fevereiro de 2011

Câmara Clara - RTP - 50 anos depois do Início da Guerra Colonial

CONVIDADOS: ADRIANO MOREIRA E JOAQUIM FURTADO

Adriano Moreira e Joaquim Furtado são os convidados do CC, 50 anos depois do início da Guerra Colonial. Um protagonista desta História (Adriano Moreira foi nomeado ministro do Ultramar em Abril de 1961) e um dos seus maiores narradores (a série multipremiada A Guerra já conta 24 episódios emitidos). Mas não só. Vamos também rever Holden Roberto (o líder da UPA, responsável pelos massacres de colonos, em 61, no Norte de Angola), vamos escutar  Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes; e Dalila Cabrita Mateus e Álvaro Mateus. Duas duplas de autores de dois dos livros mais relevantes publicados nos últimos meses sobre estas matérias, Das várias soluções preconizadas à época para a "questão ultramarina", a casos como o do General Deslandes, afastado do Governo de Angola no mandato de Adriano Moreira, passando, claro, pela "estranha inação de Salazar". Uma conversa em que Adriano Moreira diz coisas que nunca disse sobre este período da nossa História.

Amanhã, 27 de Fevereiro, 2011 na RTP 2, pelas 22h30

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Conferência | Porque rugem as ondas do mar: Desvio do Santa Maria. Ataque à prisão de S. Paulo. Descontentamento militar. Lutas civis.

com Fernando Rosas, Historiador

19 de Fevereiro de 2011, 15.00

   
Picoas Plaza, R.Tomás Ribeiro, 65, CES-Lisboa

Enquadramento
Ciclo 1961: o ano de todos os perigos

O ano de 1961 foi, para o regime salazarista, o ano de todos os perigos, vindo a revelar-se como o annus horribilis do ditador. Em distintos contextos, múltiplos acontecimentos marcariam esse ano, prenúncio do final do regime colonial-fascista português. Porque uma das linhas de orientação temática do CES aposta no aprofundar do conhecimento sobre o espaço de expressão portuguesa – e sobre as suas ligações históricas – este conjunto de sessões procura reflectir sobre um espaço unido por várias histórias e lutas.
Em 2011 passam 50 anos sobre esse ano de todos os perigos. Boa ocasião para recordar factos muitas vezes esquecidos, ouvindo os seus protagonistas, enquadrando-os na história comum que une Portugal e os países em que se transformaram – ou se integraram – as suas possessões coloniais.
Logo no início de Janeiro de 1961 tem lugar em Angola um levantamento de trabalhadores da Cotonang, protestando contra as condições de trabalho impostas pela companhia algodoeira. Os protestos são rapidamente reprimidos pelo exército português, mas anunciam o início da luta armada de libertação de Angola, marcada pelo ataque à cadeia de S. Paulo, em Luanda, a 4 de Fevereiro e pelo levantamento armado – que Mário Pinto de Andrade classificava como “jacquerie” – conduzido pela UPA em 15 de Março.

Entretanto, a 22 de Janeiro, elementos do Directório Revolucionário Ibérico de Libertação – congregando militantes da União de Combatentes Espanhóis e do Movimento Nacional Independente, português – apoderam-se do paquete Santa Maria, da Companhia Nacional de Navegação, que rebaptizam de Santa Liberdade, conseguindo uma cobertura noticiosa internacional e abalando profundamente o regime de Salazar.
Em Abril, a crise vem, não da oposição, mas do interior do regime, através da tentativa de golpe liderada pelo Ministro da Defesa, Júlio Botelho Moniz.
Em Junho, cerca de cem estudantes oriundos das colónias portuguesas em África que se encontram em Portugal abandonam clandestinamente o país, muitos deles para se juntarem aos movimentos de libertação.

A abolição do Estatuto do Indigenato, associado a outras reformas, em Setembro, chega demasiado tarde para travar a acção dos movimentos de libertação das colónias, entretanto reunidos na Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas, CONCP.
A 10 de Novembro, Hermínio da Palma Inácio comanda o desvio do Super-Constellation da TAP Mouzinho de Albuquerque, a fim de lançar sobre Lisboa milhares de panfletos apelando à revolta contra a ditadura.

A 18 de Dezembro, tropas da União Indiana ocupam os territórios de Goa, Damão e Diu. Salazar ordena que as tropas portuguesas lutem até à última gota de sangue, mas o governador, general Vassalo e Silva, recusa-se a obedecer à ordem do Presidente do Conselho e opta pela rendição.

E, na noite de fim de ano, uma tentativa frustrada de assalto ao quartel de Infantaria 3, em Beja, leva à morte do então sub-secretário de Estado do Exército, tenente-coronel Jaime Filipe da Fonseca.
 
 
Programa
Conferência: Fernando Rosas, Historiador.
Projecção do Filme: Santa Liberdade, de Margarita Ledo (2004)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

"Flash-back" de Manuel Bastos

«De repente, do nada: saudades da guerra.
Porco e malcheiroso, de mãos sebentas, de G3 nas unhas, fuçando a mata virgem, cheio de fome e de sede, com raiva não sei de quê.
Mais vinte e tal tipos como eu, em fila por entre o capim, mal falando uns com os outros, sabendo que cada passo dado nos aproximava da morte.
Porque tenho saudades disto às vezes? Porque passo dias e dias a escrever, tentando pôr nas palavras que me visitam a recusa de qualquer visão romântica da guerra e de repente a memória me deita tudo a perder?
Os helicópteros a largarem soldados dando a impressão que se sacudiam e que eles caíam de ambos os lados para o chão. E depois, vultos a correrem para a orla da clareira, encurvados, numa coreografia rude de hienas em matilha. Os helicópteros a ganharem altura, um após outro, como insetos pré-históricos, e alguns minutos de seguida, o silêncio feito das batidas dos nossos corações.(...)»


Para continuar a ler aqui:
http://cacimbo.blogspot.com/2011/02/flash-back.html

Mais um extraordinário texto do autor Manuel Bastos.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

"A Emboscada" e a Guerra Colonial



Grande Reportagem SIC
A Emboscada

«A GUERRA COLONIAL COMEÇOU HÁ 50 ANOS.

NAS 3 FRENTES DE COMBATE MORRERAM MAIS DE 8 MIL HOMENS
MAS MUITOS MAIS FICARAM COM MARCAS FÍSICAS E PSICOLÓGICAS.

A GRANDE REPORTAGEM “A EMBOSCADA” CONTA-LHE A HISTÓRIA DE
UM ATAQUE A UMA PATRULHA PORTUGUESA NA GUINÉ.
IMAGENS INÉDITAS… A GUERRA COLONIAL COMO NUNCA A VIU.»

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Início da Guerra Colonial

«Início da Guerra Colonial – Alguns detalhes


4 de Fevereiro de 1961 é considerado o dia um da Guerra Colonial: há exactamente 50 anos foram atacados, em Luanda, a Casa de Reclusão, o quartel da PSP e a Emissora Oficial de Angola.

Pode parecer hoje estranho, mas só mais de dois meses depois, em 8 de Abril, é que Salazar se referiu em público pela primeira vez aos acontecimentos.

A partir daí, tudo se precipitou: cinco dias depois falhou um golpe de Estado dirigido por Botelho Moniz, ministro da Defesa, Salazar assumiu a respectiva pasta e entregou a do Ultramar a Adriano Moreira (a memória é uma coisa tramada…).

No dia seguinte, 14 de Abril, no acto de posse dos novos membros do governo, foi ouvida a célebre declaração de Salazar, que ficaria para a História: «A explicação é Angola, andar rapidamente e em força é o objectivo que vai por à prova a nossa capacidade de decisão»

Depois, foi o que se sabe…



Sobre a Guerra Colonial, visite-se este importante site

Fonte: http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.com/2011/02/inicio-da-guerra-colonial-alguns.html

Católicos e Guerra Colonial

Católicos e Guerra Colonial

No último número da revista Ecclesia, três artigos um Dossier Guerra Colonial.

Um grito contra a guerra
Jorge Wemans, preso em Caxias na sequência do caso da Capela do Rato

Um capelão em Angola
Agostinho Brígido, missionário espiritano e capitão do Exército

Paulo VI: Rezar por todos em tempo de guerra
João Miguel Almeida, historiador