domingo, 2 de março de 2008

IGNARA#GUERRA COLONIAL

A Guerra Colonial portuguesa é, hoje, 34 anos depois da Revolução de Abril que lhe pôs termo, um tema enguiçado.

Historiadores, sociólogos, ensaístas, professores universitários, jornalistas, ex-combatentes, filhos de ex-combatentes são unânimes em considerar que, por diversos factores- entre os quais a paupérrima edição de estudos de história colonial portuguesa, a insipiência dos programas curriculares escolares, ou a simples ausência de mediatização do tema (salvo raríssimas excepções)-, a memória colectiva desse conflito dissolveu-se, depois de Abril, nas brumas de um esquecimento inadmissível.

Dissipar esse nevoeiro, que vem impedindo os portugueses de se conhecerem a si próprios (a sua história familiar, a do seu País) e aos africanos (que, definitivamente, precisamos «estranhar menos»), eis o fito de IGNARA#GUERRA COLONIAL.

Através de um «teatro documental» (não exclusivamente subsidiário, mas que procura filiação nos laboratórios de Erwin Piscator- e o «Teatro Político»-, Bertolt Brech- e o «Verfremdungseffekt»-, ou, mais recentemente, de Moisés Kaufman- e sua teoria da «cópula entre forma e conteúdo»), o teatromosca (cujos elementos constituintes são, justamente, filhos de ex-combatentes) procura, colocando-se numa posição absolutamente apartidária (não apolítica, todavia), apresentar este delicado e controverso «trabalho de casa».

Acompanha e enforma este projecto aquilo a que designamos como FÓRUM IGNARA#GUERRA COLONIAL, que compreende o encontro de diversos parceiros/indivíduos, comprometidos com a pesquisa, análise, discussão, criação e apresentação de conteúdos artísticos afins ao tema aduzido (com edição de resultados on-line, já a funcionar no endereço electrónico http://projectoignara.blogspot.com/).

Se houvesse que estabelecer aquilo a que genericamente se designa «público alvo» com relação às diversas apresentações de IGNARA#GUERRA COLONIAL, seria fácil fazê-lo: todos os portugueses- e serão quase todos- que, ainda hoje, possuem uma ligação vívida e ignara com a guerra colonial.

teatromosca

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