segunda-feira, 25 de março de 2013

Guerra colonial deu mais anos de vida ao Estado Novo | Lusomonitor

Por Iris de Lucas: «Se não tivesse existido guerra colonial, o regime salazarista teria durado menos 13 ou 14 anos. Para André Gonçalves Pereira, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, apesar de não ser possível verificar a veracidade do seu ponto de vista, o apoio que o Estado detinha da Igreja Católica e das Forças Armadas foram fundamentais para a sua manutenção do regime.


Regressar ao 3º mundo, entrar na órbita comunista ou voltar-se para a Europa foram as três alternativas que teve Portugal após a queda do seu império, de acordo com André Gonçalves Pereira, conferencista no seminário organizado esta semana pelo Instituto Diplomático com o tema “As alternativas ao Império”.

Gonçalves Pereira associou diversas vezes a palavra “colonial” àquilo que se pode chamar de bem-estar português. O regime colonial, disse, era forte e isso é indiscutível pois possuía o apoio de duas forças prementes na alta sociedade e na sociedade civil: a Igreja Católica e as Forças Armadas.


“A guerra colonial acrescentou mais 13 ou 14 anos ao regime salazarista.” Para o ex-chefe da diplomacia portuguesa, Salazar teria caído mais cedo se não tivesse existido guerra colonial, apesar de admitir que esta é uma afirmação indemonstrável e “baseada em ses”. A opinião do académico é justificada com a afirmação de que que as duas bases de sustentação do regime (a Igreja e as Forças Armadas) começam a entrar em desacordo com o governo a partir dos anos 50 e “em ’58 com o episódio que resultou na morte do General Humberto Delgado essas dissidências alargam-se”, afirmou.


Para Gonçalves Pereira, “não vale a pena procurar ou tentar encontrar outras soluções antes do 25 de Abril para a colónias do Ultramar. Era impossível no tempo de Salazar porque ele não queria e no tempo de Marcello Caetano não queria que se desse no tempo dele porque receava uma reacção activa como um golpe de Estado militar de direita, o que é curioso porque veio a ser vítima de um golpe militar de esquerda.»

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